quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Triste Poesia

Triste Poesia



O sol tão alto e quente
Minha alma aqui fria e amarga
Descontente e sem luz
Nada que traga de volta a paz
Que os olhos traduzem em esperança.

A criança não mora mais em mim
É a última etapa do moribundo
O fim sem a alusão do recomeço
Até os acordes musicais que ecoaram
Alegria pelo mundo já não os mereço.

A vida terrena tem prazo de validade
Nem o acaso de certas ocasiões
Deixará a vitalidade renovada
A velha armadura deixou-a engavetada
Com receio de novas ilusões.

O vento esbofeteia a inerte tranqüilidade
Sacudindo o Ser e as águas que cortam
A cidade carrega a triste mensagem
De um adeus sem partida
A minha bagagem é apenas uma caneta
Um papel e nele escrito o último verso
A ser lido ao final deste dia... É tudo que peço.
Ao som da corneta no alto da montanha
Acompanhando o recital da triste poesia.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


Nenhum comentário:

Postar um comentário