sábado, 21 de abril de 2018

Poesia Incidental


Poesia Incidental



Ainda era madrugada sem cor
O sol progredia na sua preguiça
Quando uma música no frescor
Da manhã invadiu a janela da alma...
La Vie En Rose.
A lágrima da saudade ultrapassou
Os limites da lembrança trazendo
A calma que o dia anterior havia sido
Roubada...
Fui buscar no abraço musical
A poesia incidental com rimas soltas
Com o propósito de rememorar a fronteira
Da doce ilusão... Na voz do pequeno pardal.
A vida é uma rosa e em cada pétala
A Relembrança da solidão é hospedeira.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


quinta-feira, 12 de abril de 2018

O Símbolo da Glória


O Símbolo da Glória


A bandeira guarda a força
Dos antepassados...
Oculta o sangue dos inocentes,
Guerreiros em batalha não têm futuro.
A culpa nos devora vorazmente.

A Flâmula da Esperança
Não carrega o vento do Novo Horizonte.
Educa a visão da perseverança
Trilhando cego o instante inglório,
O espólio de velhas crianças.

As estrelas escondem cicatrizes
De um tempo que está por vir
Somos filhos do elo perdido
Cubra-nos sob o manto
Se assim o propósito servir.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Amigos das Letras


Amigos das Letras


Numa cidadezinha longínqua e esquecida pela humanidade moravam dois jovens que eram amigos ainda quando crianças, a vida continuou seu curso e eles cresceram cada um com sua beleza ímpar além de uma forte corrente literária e romântica... A primeira carta entre eles surgiu:

Estou aqui só
Mas em boa companhia
Troco um beijo pela poesia
Na bela manha de sol...

Todo caminho não é uma reta e qualquer surpresa na próxima esquina nos espreita. Emily e Felício além de ótimos filhos e bons amigos gostavam de construir juntos belos trabalhos poéticos. Naquela linda e pacata cidade a comunicação ainda era olho no olho, as horas tinha asas nos minutos próximos quando os dois estavam juntos. No entanto, uma linda tarde de um dia perdido na história o Felício recebeu um telegrama convidando-o para um recital na capital junto aos nobres e ilustres mestres da poesia regional. A alegria não precisa dizer que foi geral nas duas famílias, enfim um jovem de uma pequena cidade estaria pisando em solo de grande prestígio. Logicamente a ida de Emily estava confirmada também, sua fiel e amada companheira de versos compartilhando esse momento inesquecível. O mais belo de todos os dias havia chegado na hora exata do tempo e as malas há muito prontas com vestimentas e uma cabeça cheia de estrofes. Toda cidade participou da despedida dos jovens que prometeram as suas famílias na volta outro memorável acontecimento, o enlace matrimonial.

O trem partiu para capital ao som da banda municipal, lenços acenavam até a locomotiva dos sonhos sumir na longa curva. Algumas horas depois a rádio local anunciava em noticiário extraordinário o descarrilamento de um sonho partido por obra do destino... O município parou, o silêncio tomou conta de toda esquina e lágrimas inundaram corações partidos. No dia do sepultamento até o sol amanheceu frio e a vida parecia não querer continuar com saudade do casal e suas poesias. Todavia sentimento gerado no conforto do amor verdadeiro não se perde no cair da noite infinita. A alma pura cria caminhos alternativos e toda lembrança se alcança na estrada da memória eterna. Emily e Felício não conseguiram concluir a passagem devido à forte saudade que a cidade natalícia emanava e preocupados com o novo destino inevitável, pensaram que poderiam transformar aquelas lágrimas em flores e a saudade em reminiscências presentes em cada coração nostálgico sem perder o brilho mágico da partida e escolheram um poeta como mediador de suas palavras rimadas, as quais seriam perpetuadas em livros de contos de amor incondicional.

Assim no caminho da Verdadeira Vida escolheram um amigo das letras e dele o fez mensageiro da vida invisível...

Amigos das Letras

Somos voláteis até mesmo a própria essência
Partimos com alegria e afago no coração
Não existe canção que defina a frequência
Da comunicação... O Adeus jamais será prisão.

Estaremos nesse ar que se respira
A vida não se perde na luz ponte
O dolente sentimento mudará
Novos versos na insistente presente
Que no amanhã surgirá...

Agora iremos partir rumo ao desconhecido
Deixando aqui na alegria desses versos
Um abraço fraterno no coração amigo
Na certeza do reencontro no imensurável
Universo.

Novamente a cidade parou para ouvir e reconhecer aquele conjunto de composições poéticas. Então cada tristeza se transformou em louvor ao incomensurável amor incondicional. Novas alvoradas apareceram e a cidade que antes era tão longe do coração da capital tornou-se arquétipo vivo da eterna união.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano


quinta-feira, 5 de abril de 2018

Soberana Nação


Soberana Nação



É bem Verdade que a vida segue
A flâmula agita-se no céu vitorioso
Divergir ainda que nada se entregue
Aos incoerentes o solo venturoso.

Ainda existe em cada esquina uma fome
A saciar, uma vítima que não é famosa
Sem nome a sepultar, o medo que a prevaricação
Deixou em cada coração inocente...
Ainda tem gente que defende ideologia partidária
Quando as verdadeiras armas de construção
Nacional, deveria ser Educação, Justiça e Saúde.
Não se ilude que a nova aurora já nasceu
Pelo contrário ainda tem trabalhador sem labuta
Antes mesmo do apogeu ingrato da política
Uma fatídica caminhada perdida há mais
Vinte anos... Hoje sem paz e sem esperança
A mancha vermelha em nossa bandeira
É de cada inocente aniquilado num país
Maquiado de beleza fútil e leviana
O futuro faz-se agora, até porque o agora
Já passou e ainda nada mudou
Na nação que tem orgulho em Ser Soberana.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano


quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cheiro


Cheiro


Quem quer um cheiro?
Você não sabe o que é isso?
Quando desperdício
Aqui no nordeste é algo corriqueiro.

É tempero no início do relacionamento
Aroma corporal bem atrativo.
Acontecimento único no desejo
Afetivo dos grandes e eternos enamorados.
Antecipa o beijo em qualquer ocasião
Apaixonado fica que ganha um cheiro gostoso
No coração e tudo isso não é exagero não...

Cheiro é algo tão excessivamente prazeroso
Valorizando a beleza de qualquer anatomia
Um cheiro inesquecível será no pescoço
Duvido que no futuro não se lembre dessa ocasião
Um cheiro ainda poderá ser respeitoso
Sentindo o perfume afrodisíaco deixado na mão
Da pessoa tão pretendida, seja no agora
Ou na hora da despedida...
O cheiro às vezes tem sabor safado
Será um calor senti-lo no bico do peito
Esse não tem jeito deixa qualquer
Sujeito apaixonado...
Cheiro bom que estremece as moças
É aquele que é dado no meio das coxas...
Um cheirinho nas costas
Vale até uma aposta se não ficar arrepiado
Tem ainda o cheiro no canto da orelha
Acendendo aquela centelha de querer mais
Enfim, o cheiro sincero vai deixar saudade
Olente tanto na donzela e também no rapaz.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano





terça-feira, 3 de abril de 2018

Ressurgente


Ressurgente



Falta-me destreza para cumprir a missão
Essa dolorosa e amarga jornada do viver
Contabilizo negativo entre sorrir e sofrer
É grande o encargo da cega visão...

A noite longa roubou-me o divino sono
O inimigo feroz atacou a mansidão
O grito foi abafado por choros no porão
Imundo sem luz em completo abandono

Na existe acordo no suplicio dos condenados
Já caminhei mais da metade do caminho
Falta pouco para voltar ao Verdadeiro ninho
Onde irei respirar o ar puro dos desassombrados.

A água agora é límpida e transparente
Não existe mais sede nem a terrível fome
Tão pouco importa saber mais o meu nome
Ressurjo vivo longe das sombras paralelamente.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano