sábado, 2 de junho de 2018

Beija-me com Desejo


Beija-me com Desejo



Almejo teu olhar no eterno infinito
Não sinto mais frio no calor da presença
Tua ausência no dia que passa e perco a crença.
Quero dizer ao mundo que você é Luz e não conflito.

Sentado na estação a alma palpita de ansiedade
O velho coração amargurado com a desilusão
Diária vestindo a velha mortalha da compaixão.
Cansei e a caminhada está lenta devido à idade.

Perdi o juízo nas madrugadas dos bares
Cada beijo ofertado imaginava como seria
No dia que pudesse oscular tua face vazia.
Fiquei louco seguindo pegadas por onde passastes.

Faz então um favor para nós dois...
Beija-me com desejo tirando-me o fôlego
Cobre-me com o manto mansidão
Esconde-me da escuridão atroz.

Hoje a madrugada lamentou mais uma partida
No contratempo da alegria vinda do além
Pois alguém teve o merecimento da vida
A sede de tentar compreender o propósito também.

O vazio é às vezes preenchido com incertezas
Cai no infinito do quarto escuro das esperanças
Já perdidas... No caminho pranteei lembranças.
Ao invés de caçador transformei-me em caça.

Continuarei esperando o velho trem
Nada me fará olhar para trás
Arrependo-me apenas de não ser tão sagaz
Em orações construo um futuro a quem quero bem.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


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