Beija-me com Desejo
Almejo teu olhar no eterno
infinito
Não sinto mais frio no calor
da presença
Tua ausência no dia que
passa e perco a crença.
Quero dizer ao mundo que
você é Luz e não conflito.
Sentado na estação a alma
palpita de ansiedade
O velho coração amargurado
com a desilusão
Diária vestindo a velha
mortalha da compaixão.
Cansei e a caminhada está
lenta devido à idade.
Perdi o juízo nas madrugadas
dos bares
Cada beijo ofertado
imaginava como seria
No dia que pudesse oscular
tua face vazia.
Fiquei louco seguindo
pegadas por onde passastes.
Faz então um favor para nós
dois...
Beija-me com desejo
tirando-me o fôlego
Cobre-me com o manto
mansidão
Esconde-me da escuridão
atroz.
Hoje a madrugada lamentou
mais uma partida
No contratempo da alegria
vinda do além
Pois alguém teve o
merecimento da vida
A sede de tentar compreender
o propósito também.
O vazio é às vezes
preenchido com incertezas
Cai no infinito do quarto
escuro das esperanças
Já perdidas... No caminho
pranteei lembranças.
Ao invés de caçador
transformei-me em caça.
Continuarei esperando o
velho trem
Nada me fará olhar para trás
Arrependo-me apenas de não
ser tão sagaz
Em orações construo um
futuro a quem quero bem.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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