domingo, 29 de julho de 2018

Um Vazio de Domingo


Um Vazio de Domingo


Perambulando no vácuo das lembranças
A névoa ainda deixa lembrar-se das origens
Não o ponto de partida ainda quando criança
Faz tanto tempo que dá vertigens...

Ainda éramos muitos em tão pouco espaço
Ficávamos esperando a semana passar
Até o desejado domingo chegar...
Reuniões de famílias, um passado escasso.

O álbum familiar foi ficando despovoado
A falta de alguém sempre se tem?
Seguimos nosso rumo abandonado...
Estamos semeando saudades também.

Domingo será um dia oco de emoções
Sentaremos em nossa singela poltrona
Guardando o último abraço de quem se ama
Levando o peso das recordações...

Agora já se passa os primeiros minutos
... O novo dia grita silenciosamente
Nas mentes de quem dorme tranquilo.
Ao acordar nada e de importante a dizer
Sintetizado em mais Um Vazio de Domingo.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


terça-feira, 24 de julho de 2018

Saudade


Saudade


Saudade é canção silenciosa
Que envolve a alma com a melodia
Da calma, sem ferir a poesia.
Enriquecendo a Lembrança carinhosa.

Os suspiros noturnos buscando olhares
Quem sabe um abraço perdido no passado
O beijo doce naquele momento inesperado
Deixando em êxtase o afago nas preliminares.

Sentir a ausência sem apropriar-se da dor
Ir buscar nas felizes recordações
O que fez aumentar as palpitações
Evidenciando o carinho tão acolhedor.

A respiração fica cada vez mais vigorosa
Melhorando as reminiscências da foto perdida
Olhar focado no reencontro do que na partida
Saudade é a ponte da relação milagrosa.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Solilóquio do Caos


Solilóquio do Caos



Hostilidade declarada no coração do país
Falácias embuçam a escuridão da guerra civil
Amizades desfeitas numa batalha social infeliz
Opiniões ceifadas no nascedouro da inteligência.

Estranho acordar sem identificação nacional
A expressão da consciência fatigada no desjejum
A morte é certa e a vida uma verdade casual
Desejos holísticos sem chegar a lugar nenhum. 

O Estado promove ideais desordenadas
Onde a consequência é a extinção social.
Seres divinos em suas missões imaculadas
Ultrajados pelo silêncio político irracional.

Formadores de opiniões sofrem anulação
A cultura padeceu no monólogo sem plateia
O entendimento social no caos da extinção
Orações buscam salvar uma sociedade ateia.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano


segunda-feira, 16 de julho de 2018

Samba de Cordel


Samba de Cordel


Acordei feliz ouvindo Samba de Cordel
Não sei se é possível isso acontecer
Sonhando ou não vou por aí sambando
Com a alma em êxtase até o novo anoitecer.

Sem muita demora corri e peguei um papel
Escrevi alguns versos para não esquecer
Poeta não dorme, relaxa a mente criativa
Quando volta quer tudo rapidamente escrever
Inspiração não tem data, nem tão pouco relógio
É trabalho árduo tendo muito que fazer.

Selma do Samba madrinha dos compositores
Karynna Spnelli ecoa o Samba de Raiz
Temos a história na voz de Belo Xis
Na Mesa Autoral eles são os doutores
Levando-nos a alegria expurgando as dores.
Poeta rima e o sambista recria a diversidade
Unindo nações num grande laço de amizade.
Sou um aprendiz nessa longa estrada a viver
Existência de lampejos, pequena chama acender
Mundo que brilha unido nessa pluralidade.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano

terça-feira, 10 de julho de 2018

Errante


Errante



Seguir no vago das lembranças
Construindo escadas de recordações
Redistribuindo as emoções de crianças.

Estranho guardar antigas sensações
Perdidas no baú da memória...
Retrospectiva diária de antigas impressões
Dissertação viva em nossa história.

Seja o valor guardado na consciência escrita
Os valores morais serão eternizados
Imagens e reflexos onde o coração palpita
Nem todo clamor social tornar-se-á revogado.

Vivenciei um grande sonho vagabundo
Impreciso e às vezes incerto feito promessas
Desprovido de riquezas sigo o rumo sem pressa
Construindo amizades me tornei um fausto.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Laços de Amizades


Laços de Amizades



Certo dia caminhando pela vida
Conheci uma pessoa rica em palavras
Em cada encontro nunca havia uma despedida
Apenas Esperança no olhar nos ofertando asas.

O sorriso é de calmaria no mar de Posêidon
Simpatia seguida de nobreza,
Espírito afável aos humildes com certeza.
Essa pessoa é assim, gentil, esse é seu dom.

Seu coração pulsa nas vibrações externas
Luta, feito guerreira Espartana pela sobrevivência
Por onde passa jamais alguém sentirá sua ausência.
A sua Luz brilha mais que mil lanternas.

Ela tem o talento de abraçar sem os braços
Transformando as vagas e meras expectativas
Em reais e presentes conceitos salvando vidas...
És a Rosa que dá sentido aos nossos laços
De amizades.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano