terça-feira, 26 de julho de 2016

Transmutação

Transmutação


Lá vai Maria...
Lá vai José.
Vai Maria e José...
Maria José
José Maria acompanhando
O cortejo que de tão longe
Quase não os vejo.
A multidão em silêncio
Distante um choro contido
Um olhar comovido
Instante de reflexão
Oração às almas
Sem concepção espiritual.

Caminha ainda mais semoto
Maria e José...
José Maria e Maria José.
Devotos não se desalentam
Foram dias de espera
Agora um ar triste contempla
A atmosfera dos homens.
O préstito segue em silêncio...

Muito ao longe quase sem visão
Segue a romaria
Com José e Maria
Levando a saudade no coração
Do que poderia ser à Humanidade
Salvação e Glória.
Um Paraíso na Terra
Sem Fome, Doença,
Ou Guerra...


Agora tudo consumado
Restando apenas a luta
O céu sem cor,
A dor em nossas mãos.
Resignação que mistura
A ilusão de Ser,
O Invisível Crer.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano





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