segunda-feira, 20 de agosto de 2012

INFINITO - Poesia de Fernando Matos


INFINITO


Viajei, sonhei o perfume
esperado, mas caí de um
pesadelo carnal, sem fantasia
e sem brilho de carnaval.
Senti a realidade cruel de
acordar e não enxergar
por debaixo de véu a Verdade.

Voei, voei alto ultrapassando
o limte máximo de Ícaro
ocasionando uma parada brusca
no ar, e despenquei em teus braços
macios e cheios de fantasia.
Era isso que minha alma queria
uma miragem real e uma
fotografia sem fundo falso
de imagem dupla.

Não quis andar na linha
porque só os sonhadores
caminham na estrada de ferro
das ilusões perdidas.
Vida que se perde no caminho
esconde abraços, beijos e
carinhos.
Sou eu um amor incompleto
vazio na noite escura,
completo nas palavras de amor.
Perdido e no retrovisor da alma
escuto o gemido de dor...
Uma voz silenciada
calma de quem ainda
ama e amada foi...
Algo assim nunca foi escrito,
para um sentimento deixado no
passado, escuro no presente
e perdido no infinito.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


terça-feira, 7 de agosto de 2012

CONFISSÃO - Poesia de Fernando Matos


CONFISSÃO


Não quero mais
falar que amei,
que aguentei tudo e
jamais entendi...

Retruco o próprio
pensamento humano
me desapegando da carne.
Não me dá ânimo o
carnaval de minha alma.

Confesso não te quero
longe...
Também perto em silêncio
de parede não te espero.
No além não há moldura
para guardar tua imagem.

Gritei e calastes,
abri os braços e o vazio
do escuro ampliou a
dimensão das estrelas.
Sou réu das palavras
poéticas ditas no gozo
da solidão.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano