SINAIS VITRAIS
É manhã, fardo.
Respiro, inspiro,
Inspiro-me na mansidão
Do leito vazio codinome
Solidão.
Banho-me e iludo-me
Em pensar que a limpeza
Também será por dentro,
Impurezas de pensamentos.
Sinto fome, mas as palavras
São magras não alimenta um
Pobre moribundo poético.
Patético nutrir-se de
ilusões
A desnutrição vem de dentro
para fora
A carne magra não mostra as
aptidões
Do corpo ausente na vida.
A sede enfraqueceu o sangue
vivo
Lenitivo amargo no sabor
Necessidade de água viva
Limpa e pura como minha
visão doentia.
Por que sofres poeta?
Por que tanta dor poeta?
Por que iludir-se poeta?
Para purificar minha alma
Em alerta, meu mundo não é
aqui
Pertenço a linha e versos.
Caminho pela imaginação
Observo a criação artista
Em vitrais, a profana imagem
Humana no sexo
sentimentalista.
São sinais vitrais
traduzindo
Informações nas entrelinhas
dos casais
Onde o sexo é a forma mais
viva da vida
Reanimando os sinais vitais.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano