quarta-feira, 22 de junho de 2016

ALUIMENTO

Aluimento



Acordo ainda sonolento
Tento puxar o lençol da realidade
Entretanto o corpo lento
Insinua a fuga
A idade passa como vento
Tornado da alma incrédula
Pensamentos cruéis e malvados.


Ouço uma voz ao longe   
Recomenda o medicamento
Que desespero em levantar
O braço...
Ansiolítico o que considero ridículo
Cansaço e o ser amassado
Igual roupa de bordel.


Alcova da solidão
Olhos negros como o quarto
Escuro...
Estou em depressão
Luto com meus próprios inimigos
Sinto o luto estampado nos amigos
Que perdi por não ter mais do rosto da coragem.


Bobagem, vozes das inverdades.
Eu conjugo o pior verbo do sofrer
Sendo obrigado a amanhecer na minha
Própria escuridão...
Esquecer que existo
Insisto em combater meus demônios
Todos têm um nome: Pensamentos
Pseudônimos do último suspiro.


Depressão,
Dê pressão aos descontentamentos
Momentos são únicos
O hoje não voltará mais
Amanhã é o futuro da minha ansiedade
Já não tenho forças
A idade me consome.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano






quinta-feira, 16 de junho de 2016

Nova Linha

NOVA LINHA

De que adianta agora
Quando já ultrapassei
Os limites da porta?
Arrasei meus sentimentos
Em jogo de falsos resultados.

Vida de grandes aprendizados
Professor carrasco buscando
Resultados positivos
Quedas doem, mas nos deixam
Altivos.

Sigo em frente e confiante
Ontem um mero apaixonado
Hesitante.
Hoje busco na sabedoria
O que a idade me favorece
Tecendo novos caminhos à Eternidade.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano







domingo, 5 de junho de 2016

Seara

SEARA


Ontem a noite choveu a cântaros
Deixando encharcados todos
Os sentimentos impuros.
Recanto de transformação
Purificando o que é sujo
Fugir de toda alienação.


A madrugada fria
Deixava longe
O dia quente e aconchegante
Ao calor da família.
Avança as horas
Já podendo ver
A força da manhã
Rasgando a cortina escura.


Amanheceu e com o sol
A oportunidade de fazer
Algo em prol da Vida Amada.
Resgatar na Seara
A boa colheita semeada.



Fernando Matos
Poeta Pernambucano



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Estupor

Estupor


Escolhido para missão 
Sente a responsabilidade 
Em fazer mudanças na nova 
Jornada, outra visão do mundo 
Intranquilidade nas palavras 

Escuto música alta 
Pessoas gritam 
Uma agitação 
Está chegando a hora 
O início para reencarnação. 

O silêncio voltou 
Escuto vozes 
Mulher chora e grita de dor 
Os algozes foram embora 
Chegou a hora... 

Dias passaram 
Mulher continua aos prantos 
Pode ser dia ou noite 
Vive pelos cantos se amargurando 
A culpa não é dela 
Se a minha janela para Vida 
Foi brutal... 

Ainda não estou firme 
Sinto a necessidade de carinho 
O ninho não está quente 
Tem gente interrompendo 
O progresso da viajem 
A paisagem aqui é turva. 

Duas vozes agora 
Direcionam meu destino 
Uma informa que não é mais a hora 
Outra chora e grita 
 “Perdi meu menino”. 

O entorpecimento da inteligência 
Gerado pela ignorância do Homem 
Apoiado pela ciência... 
Poderia ser o protetor 
Amigo, futuro, o seu fiel 
Guardador... 
Agora uma imobilidade me atinge 
Você finge que nada aconteceu 
Ao seu espanto nos encontraremos 
Novamente... Em Nova Mente. 
Muda está, paralisia súbita .


Estupor é o nome da minha 
Dor... 
... Você demorou. No entanto 
Eu aguardá-lo-ia 
Por toda 
A eternidade. 

Guardo no meu silêncio profundo 
Todas as alegrias e mágoas 
Que poderia ter... 
Minha festa reserva-se a ouvir 
Sentir as mensagens do vento. 

Fernando Matos
Poeta Pernambucano