Aluimento
Acordo ainda sonolento
Tento puxar o lençol da
realidade
Entretanto o corpo lento
Insinua a fuga
A idade passa como vento
Tornado da alma incrédula
Pensamentos cruéis e
malvados.
Ouço uma voz ao longe
Recomenda o medicamento
Que desespero em levantar
O braço...
Ansiolítico o que considero
ridículo
Cansaço e o ser amassado
Igual roupa de bordel.
Alcova da solidão
Olhos negros como o quarto
Escuro...
Estou em depressão
Luto com meus próprios
inimigos
Sinto o luto estampado nos
amigos
Que perdi por não ter mais
do rosto da coragem.
Bobagem, vozes das
inverdades.
Eu conjugo o pior verbo do
sofrer
Sendo obrigado a amanhecer
na minha
Própria escuridão...
Esquecer que existo
Insisto em combater meus
demônios
Todos têm um nome:
Pensamentos
Pseudônimos do último
suspiro.
Depressão,
Dê pressão aos
descontentamentos
Momentos são únicos
O hoje não voltará mais
Amanhã é o futuro da minha
ansiedade
Já não tenho forças
A idade me consome.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano