Brincadeira de Folião
Esse ano não brinco carnaval
Peço a todos que me entenda
Não me leve a mal estou
desanimado
Sem máscara e sem fantasia, fatigado.
Confetes e serpentinas
perderam o brilho
Esse andarilho não tem mais
alegria.
Não vou ouvir marchinhas ou
frevo canção
Enclausurado no meu recanto
estarei
Esquecerei que um dia fui
folião...
Mulher que barulho é esse de
tão longe?
É o som dos clarins
anunciando o carnaval
Esqueceu que nós vamos ao
Galo da madrugada?
Como é inocente essa minha
amada
Papai cadê a minha
sombrinha?
Não sei onde está filho amado
Nem tão pouco a minha...
Esse menino é carregado de
alegria
Fantasia? Não precisa um
verdadeiro folião
Carrega no coração a
alegoria dos brincantes
Que som inebriante é esse,
minha gente?
É o frevo de Vassourinhas e
o povo fazendo o passo.
Começo a ficar mais animado
e contente
Coloco a bermuda e uma camisa
de algodão
Estampo um sorriso
pernambucano no rosto
Com a família reunida saio
recomposto
De energia, vigor apurado e espírito
de folião.
Sou de Pernambuco, um
brincante imortal
Sejam todos bem-vindos ao
nosso Carnaval.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano