Fogueira de Aliança Cigana.
Aurora, dança e encanta ao raiar do dia.
Seus olhos dourados atrás do véu é pura magia.
Brilho que desperta, curiosidade lucilar.
Feitiço que põe qualquer guerreiro a sonhar.
Carmencita, seu ósculo deixou-me aguerrido…
Sua partida inesperada cortou o meu coração destemido.
Olhar penetrante, profundo e sincero.
São mistérios guardados, perfeito esmero.
Constância, serena, guardiã da lua.
Relembra histórias antigas, de tempos passados.
Aquela voz suave, minha alma flutua.
Segredos ao vento em leitos sagrados.
Dolores, marcada pelas dores do destino.
Com um sorriso, oculta a tristeza.
Sabe marcar seus amores no caminho.
Transforma sofrimento em dança, é a sua fortaleza.
Dalia, sedutora que faz da sua beleza, flor.
Seus pés tocam à terra em ritmo perfeito.
Corpo angelical que baila com graça e é enfeitiçador.
O toque de Dalia seduz do seu jeito.
Hannah, cheia de graça, sábia, lê as estrelas.
Olhar silencioso, saber entendê-lo pode ser perigoso.
Revela em suas cartas, a força do amor e da brisa.
Os caminhos da sorte, e do pecado ela avisa aos viajantes.
Teodora, na fogueira deixa um olhar distante.
Guia o espírito que pela paixão teima ser errante.
Sua voz ecoa no caminhar da vida.
Um canto às vezes triste, mas, com alma viva.
Sete ciganas, dançam pelas encruzilhadas e esquinas.
São histórias de mulheres e seus sonhos de esperança.
Juntas, formam a magia mais pura e feminina.
Cada uma com seu fogo de eterna aliança.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano.
Dr. h.c. em Arte e Poesia
Dr. h.c. em Comunicação Social
Foto: Google Imagens.