quinta-feira, 2 de junho de 2016

Estupor

Estupor


Escolhido para missão 
Sente a responsabilidade 
Em fazer mudanças na nova 
Jornada, outra visão do mundo 
Intranquilidade nas palavras 

Escuto música alta 
Pessoas gritam 
Uma agitação 
Está chegando a hora 
O início para reencarnação. 

O silêncio voltou 
Escuto vozes 
Mulher chora e grita de dor 
Os algozes foram embora 
Chegou a hora... 

Dias passaram 
Mulher continua aos prantos 
Pode ser dia ou noite 
Vive pelos cantos se amargurando 
A culpa não é dela 
Se a minha janela para Vida 
Foi brutal... 

Ainda não estou firme 
Sinto a necessidade de carinho 
O ninho não está quente 
Tem gente interrompendo 
O progresso da viajem 
A paisagem aqui é turva. 

Duas vozes agora 
Direcionam meu destino 
Uma informa que não é mais a hora 
Outra chora e grita 
 “Perdi meu menino”. 

O entorpecimento da inteligência 
Gerado pela ignorância do Homem 
Apoiado pela ciência... 
Poderia ser o protetor 
Amigo, futuro, o seu fiel 
Guardador... 
Agora uma imobilidade me atinge 
Você finge que nada aconteceu 
Ao seu espanto nos encontraremos 
Novamente... Em Nova Mente. 
Muda está, paralisia súbita .


Estupor é o nome da minha 
Dor... 
... Você demorou. No entanto 
Eu aguardá-lo-ia 
Por toda 
A eternidade. 

Guardo no meu silêncio profundo 
Todas as alegrias e mágoas 
Que poderia ter... 
Minha festa reserva-se a ouvir 
Sentir as mensagens do vento. 

Fernando Matos
Poeta Pernambucano






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