Espelho
Tudo se passa transitoriamente
Minha luz não reflete a
vossa imagem
A visão reproduz o delírio
da mente
Carente de atenção, uma
miragem.
As águas de espírito calmo
procriam
Exibindo a estampa da infidelidade
Ao leve toque desmancha-se a
farsa
Cai em desgraça toda à espontaneidade.
É sempre uma vontade de
imitar
Não será minha imagem
perfeita
É todo o avesso do que
desejo acreditar
Nem minha alma impura te
aceita.
A consciência humana sai do
altar
Corre campo feito corcel
selvagem
Já não precisas os defeitos
me mostrar
Tenho cicatrizes que mostram
a coragem.
Teu toque é frio, igual alma
perdida.
O beijo não traz nenhuma
resposta
És morto e minha visão está
viva
Revelando uma nova proposta.
Saio do harmonioso
equilíbrio
Jogo-te ao chão das
lamentações
Tornando
nossa imagem um ludíbrio
Espelho
das dolorosas furtivas emoções.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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