quinta-feira, 6 de julho de 2017

Espelho

Espelho



Tudo se passa transitoriamente
Minha luz não reflete a vossa imagem
A visão reproduz o delírio da mente
Carente de atenção, uma miragem.


As águas de espírito calmo procriam
Exibindo a estampa da infidelidade
Ao leve toque desmancha-se a farsa
Cai em desgraça toda à espontaneidade.


É sempre uma vontade de imitar
Não será minha imagem perfeita
É todo o avesso do que desejo acreditar
Nem minha alma impura te aceita.


A consciência humana sai do altar
Corre campo feito corcel selvagem
Já não precisas os defeitos me mostrar
Tenho cicatrizes que mostram a coragem.


Teu toque é frio, igual alma perdida.
O beijo não traz nenhuma resposta
És morto e minha visão está viva
Revelando uma nova proposta.


Saio do harmonioso equilíbrio
Jogo-te ao chão das lamentações
Tornando nossa imagem um ludíbrio
Espelho das dolorosas furtivas emoções.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano

















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