A Rosa e o Fogo
Em caminhadas perdidas pelo
deserto
Um fogo abrasador solitário
queimava
Tudo que pelo seu caminho
passava
Ninguém escaparia e isso já
era certo.
Ao longe ele avistou um
lindo roseiral
Um sonho de campos Elísios
O tão procurado e sonhado paraíso.
Beleza estonteante fugia ao
pensamento real.
No meio daquele majestoso
rosal
Uma Rosa Vermelha ressaltava
o lugar
Brilho e perfume faziam a
diferença no ar
Cada pétala revelava seu
encanto sensual.
O fogo todo atordoado parou
sua jornada
Estava perplexo com a
magnífica venustidade
Uma beleza perdida além de
toda eternidade
Fez o seu calor paralisar na
sua destrutiva caminhada.
Era impossível queimar tão
lindo jardim
Mas sua natureza era queimar
A tudo e todos que pudesse
encontrar
A brasa do seu coração
diminuiu e pensou assim...
Se eu contornar esse
roseiral por trás da montanha
Prossigo firme no meu
inglório destino
Preservando o que há de belo
e Divino
Deixando a rosa vermelha na
paz e ninguém a apanha.
Assim fez o coração de fogo
e seguiu rumo novo
No entanto lá de cima no
alto morro
Olhou para trás e viu outro
fogo abrasador
Impiedosamente queimar seu
lindo amor
Triste ficou e nada mais
podia fazer
A não ser lamentar a perda
amorosa
Jamais veria a beleza ou
sentiria o perfume
De sua amada Rosa...
O calor de seu fogo começou
a diminuir
E de seus olhos uma lágrima
veio a surgir
Não contendo a grandeza de
seu luto
Uma gota de lágrima se
transformou em vasto
Rio de tristeza exterminando
sem comiseração
O aniquilador de sua eterna
paixão.
O campo de rosas estava
destruído
Porém nem tudo estava
perdido
No meio do pasto havia um
broto
De esperança e renovação
daquele amor.
Nasceu uma Rosa de Fogo
Nela havia tanto calor e
proteção
Lembrando que ninguém jamais
Poderá ser mais que uma pura
e singular Paixão.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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