domingo, 7 de agosto de 2011

CEIFEIROS




Inquietude corporal
mãos pesadas,
um jogral sem declamador.
Sigo andando
parado na mesma estação
seguindo por curvas de cada
esquina perdida do passado.

A sede já ultrapassou
a vontade da boca
a idade voraz descortina
o veredito: O Caminho é curto.

O olhar de ave rapina
já cumpriu sua sina de caçador
e a dor espiritual que agora invade
tornou-me ceifador
de mim por mim mesmo.

Quem muito fala revela
suas próprias mentiras secretas.
Janelas abertas,
tento alçar vôos com minhas enormes
asas da imaginação...
Já não posso planar pela vastidão,
porque os olhos cerrados da angustia
deixou preso o gosto, a degustação...
E no âmago frio do meu Ser
soa mansamente:
“Cala-te, respira e dorme...”

Fernando Matos
Poeta Pernambucano
@PoetaMatos (Twitter)








Um comentário:

  1. Es un poema hermoso, logra transmitir un estado de contemplación que comparto. Me agrada mucho su estilo.

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