O Que Dizer de Ontem...
Hoje
acordei de um sono incompleto. A noite longe e escura escondeu-me as clarezas
de uma Vida inteira, de canções antes inesquecíveis e hoje perdidas nas
lembranças do desatino. Quando me dei conta o seu adeus já estava além de uma
fotografia amarelada, no álbum todo empoeirado e ser jovem é também vestir-se
de ilusão temporária que perdura na maturidade.
Ainda
fico com a mão transpirando só em pensar nos bons e inocentes momentos que
vivemos. As cartas trocadas e depois queimadas e resgadas com o nosso
distanciamento. Foi nesse tempo que rabisquei os primeiros versos de amor, uma
rima inocente como o nosso perdido e louco amor de juventude. Cada estrofe era
um suspiro, as rimas feitas de coração enchiam-nos de fortes emoções e eternas
juras... Foram.
Na
encruzilhada uma bifurcação, destinos atrapalhados e apenas uma (In) certeza, de que o mundo girando cada dia
mais rápido quem sabe algum momento de nossas frágeis únicas vidas carnais
pudéssemos nos ver pela última vez. Atualmente ando mais devagar, as forças
esvaem-se por entre os dedos poéticos... Outrora tudo era um motivo de
lembrança guardada, nosso quarto parecia um museu em construção... Tudo se
perdeu no tempo atemporal de nossas mágoas e vinganças assim como uma melodia
rica em altos e baixos compondo e orquestrando o grande final nosso último
beijo deixou registrado na história humana à beleza de um verdadeiro amor... A
gente não sofre por amar, mas deverás por apaixonar-se e a música em breve
findará e meu último desejo seria ouvir seus aplausos já que nossos corações se
eternizaram nas páginas do infinito desejo.
Fernando
Matos
Poeta
Pernambucano
http://poetafernandomatos.blogspot.com.br/
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