sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Que Dizer de Ontem...

O Que Dizer de Ontem...



Hoje acordei de um sono incompleto. A noite longe e escura escondeu-me as clarezas de uma Vida inteira, de canções antes inesquecíveis e hoje perdidas nas lembranças do desatino. Quando me dei conta o seu adeus já estava além de uma fotografia amarelada, no álbum todo empoeirado e ser jovem é também vestir-se de ilusão temporária que perdura na maturidade.


Ainda fico com a mão transpirando só em pensar nos bons e inocentes momentos que vivemos. As cartas trocadas e depois queimadas e resgadas com o nosso distanciamento. Foi nesse tempo que rabisquei os primeiros versos de amor, uma rima inocente como o nosso perdido e louco amor de juventude. Cada estrofe era um suspiro, as rimas feitas de coração      enchiam-nos de fortes emoções e eternas juras... Foram.


Na encruzilhada uma bifurcação, destinos atrapalhados e apenas uma          (In) certeza, de que o mundo girando cada dia mais rápido quem sabe algum momento de nossas frágeis únicas vidas carnais pudéssemos nos ver pela última vez. Atualmente ando mais devagar, as forças esvaem-se por entre os dedos poéticos... Outrora tudo era um motivo de lembrança guardada, nosso quarto parecia um museu em construção... Tudo se perdeu no tempo atemporal de nossas mágoas e vinganças assim como uma melodia rica em altos e baixos compondo e orquestrando o grande final nosso último beijo deixou registrado na história humana à beleza de um verdadeiro amor... A gente não sofre por amar, mas deverás por apaixonar-se e a música em breve findará e meu último desejo seria ouvir seus aplausos já que nossos corações se eternizaram nas páginas do infinito desejo. 


Fernando Matos
Poeta Pernambucano

http://poetafernandomatos.blogspot.com.br/

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