Triste Poesia
O sol tão alto e quente
Minha alma aqui fria e
amarga
Descontente e sem luz
Nada que traga de volta a
paz
Que os olhos traduzem em
esperança.
A criança não mora mais em
mim
É a última etapa do moribundo
O fim sem a alusão do
recomeço
Até os acordes musicais que
ecoaram
Alegria pelo mundo já não os
mereço.
A vida terrena tem prazo de
validade
Nem o acaso de certas
ocasiões
Deixará a vitalidade
renovada
A velha armadura deixou-a
engavetada
Com receio de novas ilusões.
O vento esbofeteia a inerte tranqüilidade
Sacudindo o Ser e as águas
que cortam
A cidade carrega a triste
mensagem
De um adeus sem partida
A minha bagagem é apenas uma
caneta
Um papel e nele escrito o
último verso
A ser lido ao final deste
dia... É tudo que peço.
Ao som da corneta no alto da
montanha
Acompanhando o recital da
triste poesia.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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