segunda-feira, 28 de maio de 2018

Quem Sabe Amanhã

Quem Sabe Amanhã


Era de escutar apenas fortes alaridos
Ao mesmo tempo ao longe um clamor
Fiquei assustado e corri ao seu favor
Tudo foi silenciando e não mais havia gritos.

Comecei a sentir um calor aconchegante
Entretanto a voz ainda era de muita agonia
O lugar era escuro mal era possível ver o dia
Havia um desejo enorme de contemplar o semblante.

Aos poucos fui saboreando um gosto amargo
Era inevitável não ouvir tantas tristezas
As notícias já era fato sem incertezas...
Entrei em profundo e fatídico estado letárgico.

A Verdade não demorou ao Espírito chegar
Violaram uma carne pura...
Ao invés de alegria minha chegada era amargura.
Não adianta seguir caminho sem alguém para amar.

A voz de carinho e ternura ao mundo agora ecoa
Não se preocupe mãe, quem sabe amanhã.
Tentei proteger mesmo sem ser teu talismã
A lágrima do perdão, você sentirá na próxima garoa.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


terça-feira, 1 de maio de 2018

A Rosa e o Fogo


A Rosa e o Fogo


Em caminhadas perdidas pelo deserto
Um fogo abrasador solitário queimava
Tudo que pelo seu caminho passava
Ninguém escaparia e isso já era certo.

Ao longe ele avistou um lindo roseiral
Um sonho de campos Elísios
O tão procurado e sonhado paraíso.
Beleza estonteante fugia ao pensamento real.

No meio daquele majestoso rosal
Uma Rosa Vermelha ressaltava o lugar
Brilho e perfume faziam a diferença no ar
Cada pétala revelava seu encanto sensual.

O fogo todo atordoado parou sua jornada
Estava perplexo com a magnífica venustidade
Uma beleza perdida além de toda eternidade
Fez o seu calor paralisar na sua destrutiva caminhada.

Era impossível queimar tão lindo jardim
Mas sua natureza era queimar
A tudo e todos que pudesse encontrar
A brasa do seu coração diminuiu e pensou assim...

Se eu contornar esse roseiral por trás da montanha
Prossigo firme no meu inglório destino
Preservando o que há de belo e Divino
Deixando a rosa vermelha na paz e ninguém a apanha.

Assim fez o coração de fogo e seguiu rumo novo
No entanto lá de cima no alto morro
Olhou para trás e viu outro fogo abrasador
Impiedosamente queimar seu lindo amor
Triste ficou e nada mais podia fazer
A não ser lamentar a perda amorosa
Jamais veria a beleza ou sentiria o perfume
De sua amada Rosa...
O calor de seu fogo começou a diminuir
E de seus olhos uma lágrima veio a surgir
Não contendo a grandeza de seu luto
Uma gota de lágrima se transformou em vasto
Rio de tristeza exterminando sem comiseração
O aniquilador de sua eterna paixão.
O campo de rosas estava destruído
Porém nem tudo estava perdido
No meio do pasto havia um broto
De esperança e renovação daquele amor.
Nasceu uma Rosa de Fogo
Nela havia tanto calor e proteção
Lembrando que ninguém jamais
Poderá ser mais que uma pura e singular Paixão.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano

Labuta


Labuta


O que temos a comemorar?
Se em cada acordar a dor invade
A alma que clama por um trabalho?
Nessa imensa terra produtiva
O quanto será que valho?
Somos atores de uma ação ativa
Que diariamente sai de casa
Com as armas frutíferas em punho
Sem ter o direito à caça devida.
Senhores políticos do poder afortunado
Deixem de ser ridículos e nos tornem
Mais valorizados porque o vosso futuro
Depende do lucro do no dia a dia
Na certeza que nenhuma barriga vazia
Garantirá o vosso pleito na hora de Votar.
Estudar e com esmero garantir a labuta,
Nada informal será permitido
Queremos nossos direitos garantidos
Para quando a velhice chegar
Todos possam ter para onde olhar
Dizendo com orgulho imensurável
Como foi prazeroso participar do progresso
Desse País tão agradável
Grandeza obtida pela realização
Do labor, com louvor o brilho
Novo de uma nova frutuosa geração.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano