Desapegado
Quem pensa que és?
Para me dizer que nada sou
Ou insinuar que insano
estou...
A vida ensinou-me a entender
Que nenhuma célula envelhece
Sem compreender a evolução
do ser...
A mente pode às vezes entrar
em contradição
Todavia na estrada de mão
única do viver
É poder estar livre de
qualquer lógica.
Quem é você?
Em reclamar de minhas
lágrimas matinais
O soluço que consegue
transmitir em silêncio
As angústias vividas nas
penas carnais.
Minha alma não é seca
conseguindo coexistir
Nas intempéries e nos
prazeres essenciais.
Você nunca vai entender...
A mão que ficou vazia quando
ajuda procurou
Atrair forças positivas no
jeito simples de escrever
Na incerteza que o desejo
sentiu, mas entusiasmo voo...
Logo mais a noite chegará e outra
vez me esconder
Nas palavras mudas e sem
querer, o corpo pranteou.
Eu sei quem você é...
O amor que sempre sonhei...
Desejo puro ao qual um dia
busquei
Como quem planta uma semente
no jardim
Desapegado de qualquer
expectativa
Apenas vivendo o feitiço do
alecrim dourado
Almejando amar e ser
amado...
Assim em versos tão singelos
defina a vida
Na condição de quem espera
ser consolado
Pelo destino e sorrir feito criança
Que mesmo sem esperança ganhou
Uma velha locomotiva...
Fernando Matos
Poeta Pernambucano