domingo, 23 de setembro de 2018

Desapegado


Desapegado


Quem pensa que és?
Para me dizer que nada sou
Ou insinuar que insano estou...
A vida ensinou-me a entender
Que nenhuma célula envelhece
Sem compreender a evolução do ser...
A mente pode às vezes entrar em contradição
Todavia na estrada de mão única do viver
É poder estar livre de qualquer lógica.

Quem é você?
Em reclamar de minhas lágrimas matinais
O soluço que consegue transmitir em silêncio
As angústias vividas nas penas carnais.
Minha alma não é seca conseguindo coexistir
Nas intempéries e nos prazeres essenciais.

Você nunca vai entender...
A mão que ficou vazia quando ajuda procurou
Atrair forças positivas no jeito simples de escrever
Na incerteza que o desejo sentiu, mas entusiasmo voo...
Logo mais a noite chegará e outra vez me esconder
Nas palavras mudas e sem querer, o corpo pranteou.

Eu sei quem você é...
O amor que sempre sonhei...
Desejo puro ao qual um dia busquei
Como quem planta uma semente no jardim
Desapegado de qualquer expectativa
Apenas vivendo o feitiço do alecrim dourado
Almejando amar e ser amado...
Assim em versos tão singelos defina a vida
Na condição de quem espera ser consolado
Pelo destino e sorrir feito criança 
Que mesmo sem esperança ganhou 
Uma velha locomotiva...


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



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