quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A Morte de Papai Noel

A Morte de Papai Noel


Todo Ser Humano tem seu sonho de cidade perfeita e às vezes se perde na esperança vazia que esse lugar possa não existir. A cidade de Estrela do Norte é uma dessas cidades e vive no centro de nossos sonhos e nesse lugar vive uma criança de nome Joaquim, filho dos comerciantes Sr. Juvenal e Dona Terezinha (Tetê para os mais chegados). Joaquim era uma criança serelepe, cheia de vida e muito amor para dar. Sempre que solicitado lá estava ele para ajudar sem se queixar de nada e sempre foi muito solidário além de querer desde cedo apreender o ofício dos pais. A meninada da cidade adorava quando o nosso Joaquim inventava uma nova brincadeira ou um novo brinquedo. Isso mesmo, ele criava seus próprios brinquedos e quando não os queriam mais doava para quem nunca teve condições de comprar... Uma pessoa assim existe mesmo? Ta aí o Joaquim que não deixa ninguém mentir, pelo menos as pessoas de sua cidade natal. 


Joaquim cresceu e nunca entendeu porque as pessoas gastavam tanto na época natalina... Certa vez perguntou a sua genitora: - Mãe, por que as pessoas gostam tanto desse “Papai Noel” e não daquele que nasceu para dar a vida por seus irmãos? A sua mãe respondeu: - Filho, cada um deposita sua fé naquilo que acredita e não seremos nós que iremos julgá-los... Joaquim ouviu atentamente sua mãe, mas não se convenceu. Os dias foram passando e o Joaquim cada vez mais inteligente e seus pais envelhecendo no mesmo ritmo, até que um dia seus pais foram vítimas de um grave acidente de carro e o Joaquim com seus mais de vinte anos tornou-se herdeiro de uma fortuna deixada pelos seus pais. Tempo bom para o comércio e ruim para a vida de alguns desafortunados que já sem idade não conseguia trabalho mais na cidade. O Natal novamente chegou e o Joaquim que gostava muito de comer delicias que sua mãe preparava não se deu conta dos seus 130 quilos, isso mesmo e com o falecimento dos pais ele passou a comer ainda mais para compensar a falta, além de deixar a barba crescer. Já havia recebido o apelido de “Papai Noel” do Estrela Norte, fato que lhe incomodava e muito, mesmo ele sendo uma pessoa bondosa e solidária. Enquanto a cidade de Estrela do Norte se arrumava para mais um Natal o Joaquim teve um lampejo e decidiu que ninguém mais na sua cidade passaria fome ou deixaria de ganhar um presente na noite de Natal. Assim o fez, deu alimentação para todos os moradores de rua e para cada morador de sua cidade uma lembrança natalina com os cumprimentos da Família Silva (sobrenome do Joaquim). Só um probleminha aconteceu nessa noite tão festiva, o Joaquim sem querer errou o endereço de todos na cidade forçando a todos a fazer a troca das lembranças recebidas na mesma noite... Joaquim por sua vez achou isso muito divertido e passou a repetir esse erro nas festas natalinas seguintes. Isso se tornou tradição em Estrela do Norte. 


Nosso velho amigo solidário só não contava com o avanço da idade e com seus mais de setenta anos e com a mesma determinação de um jovem de vinte poucos anos nem pensava em parar de ofertar noites maravilhosas no dia em que se deveria comemorar a “Fraternidade” e a “Universalidade” do Amor Divino. Em certa noite ao sair para entregar suas encomendas natalinas Joaquim passou mal e foi levado para o hospital mais próximo onde recebeu o pronto atendimento. Toda a cidade ficou sabendo o que houve com o Joaquim e correram para o hospital onde montaram vigília mesmo sendo Noite de Natal. O primeiro boletim médico não dava boas esperanças para o Nobre Joaquim e uma criança ao ouvir as palavras dos médicos, perguntou: “Papai Noel”, Joaquim vai morrer? O Médico e todos ficaram em total silêncio sem saber o que responder e passaram a fazer orações. Horas depois chegou à notícia que nenhum morador de Estrela do Norte estava esperando... Às 23 horas e 30 minutos do dia 24 dezembro do ano da Graça Divina morreu o Sr. Joaquim Silva, filho de Dona Terezinha e Sr. Juvenal Silva... As luzes da cidade apagaram-se e uma enorme tristeza pairou no ar. As crianças que lá estavam como forma de oração cantou essa famosa linda canção: 


Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus

Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!

Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus

Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!


Essa linda melodia entoou por toda a Cidade de Estrela do Norte e de repente uma forte Luz surgiu em cima do Hospital e quanto mais às pessoas cantavam e se abraçavam mais forte essa Luz ficava e subia para o céu brilhante de estrelas. Então todos perceberam que Joaquim não havia morrido e sim se transformado na Luz da Esperança... A Crença que tudo de bom possa acontecer se cada Ser Humano assim fizer por merecer. Fazer crescer as três Virtudes da Salvação: Fé, Caridade e Esperança. 


Feliz (Transformação) Natal 


Fernando Matos
Poeta Pernambucano

Contribuição Com Correção Literária da Nobre Poetisa Olindense Adriana Barbosa Do Carmo


sábado, 17 de novembro de 2018

Ilimitado


Ilimitado


O silêncio repousa pleno e soberano
Exercendo seu poder de líder dominador
Qualquer pensamento é superior...
Do mais simples ao nobre Ser Humano.

Profano é crer e galhofar do semelhante
A Oração eleva simplesmente o espírito.
Ouvindo na escuridão da madrugada o grito
De angústia e solidão alucinante...

O paraíso é uma ilha perdida na memória
Nossos medos, desejos são puras ilusões
Materializadas na contramão da oratória
Somos livres adormecidos em nossas prisões...

A liberdade reside na consciência
Reinventando o novo jeito de voar
O discernimento ressurge da independência
Jamais de um suplício de moralidade e resistência.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




terça-feira, 13 de novembro de 2018

Carência Humana


Carência Humana



Que tamanho tem o coração de uma estrela?
Qual a extensão de uma vida humana?
A influência é depurada se conseguirmos vê-la...
Somos poeira cósmica vivendo de forma profana.

Talvez não haja lirismo na história da criação
Cada pensamento assume a forma imaginária
Maravilhosa caminhada de curta duração...
Egocêntrico tem uma viagem solitária.

O equilíbrio existe para que haja continuação
O Cosmo revela todo processo de Verdade
Somos parte de uma grande e infinita constelação
A nossa semelhança ultrapassa toda a existencialidade.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Necessidade


Necessidade


Sentir a necessidade de um sol brilhante
Estar confiante em um novo amanhecer
Crescer na comunhão da Luz Cintilante
Entender que a alegria também faz parte
Elementar do discernimento da dor
Tudo o que precisamos é o amor...

Cuidar do irmão viajante e fiel
Da batalha que cada dia avança
Rumo à perfeição, mesmo sem merecer
O troféu...
Acreditando nos preceitos onde tudo
Alcança-se com forte aprimoramento
Sendo perseverante a cada instante
Na intuição e no real pensamento.
Tudo o que precisamos é o amor...

Cada elemento tem sua participação
Na longa, mas certa caminhada
Um seguro sentimento de composição
Na marcha que o tempo não atrasa
O trem não descarrila se sua organização
Não retardar o desenvolvimento social
Rendemos graças ao Divino Criador
Sem deixar de entender o genuíno ritual
Tudo o que precisamos é o amor...


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Existência


Existência


Encontramos olhares perdidos
Mãos em busca de uma semelhança
Sonhos de gavetas desaparecidos
Toda relação necessita de confiança.

A caminhada solitária é cansativa
Natureza diversificada e laboriosa
A mente caminha exaustiva...
Muito diligente à alma dolorosa.

Viver todo e qualquer acontecimento
Sem importar com o sentimento...
Dividir sorrisos de grandes ilusões
Sem se importar com as lágrimas
Torturando infinitamente os corações.

Prometer sem cumprir é infligir deletério
Sofrimento ao espírito viajante
Implicando sério cuidado vigilante
Aos percalços da longa jornada...
O corpo reage e a memória tortura
A vida é um presente da realidade
Sua conduta dependerá da postura
Em total comunhão com a Verdade.

Fernando Matos
Poeta Pernambucano