domingo, 9 de junho de 2019

Sozinhos


Sozinhos


Nenhum espírito deveria caminhar sozinho...
Houve uma história que não lembramos
Alguém um dia começou um novo caminho
Reflexo do ontem em tudo que planejamos.

Nunca iremos chorar desacompanhados...

Lágrimas foram vertidas para você nascer
Respeitar o direito único de sentir-se livre
É graças ao esforço que um passado permite
Alguém lutou muito antes, para hoje viver.

Nunca iremos chorar desacompanhados...

É fácil atualmente muitos quererem ostentar
Quando outrora foi difícil fazer uma trajetória
Sonhos existiam, mas não tinham memória
Agradecer mesmo antes de o dia acabar.

Nunca iremos chorar desacompanhados...

Muito sangue não foi inutilmente derramado
Diversas vidas queriam desfrutar do belo
Todavia, mutiladas e seus desejos em flagelo
Esquecidos após o terceiro dia de sepultado.

Nunca iremos chorar desacompanhados...

Música de saudade tem apenas uma nota
Melodia de compaixão é fixada na história
Aplauso na partida não se guarda em memória
É lindo e ímpar ver o voo da gaivota
Entretanto ninguém conhece a triste trajetória.

Nunca iremos chorar desacompanhados...

O maior tesouro é o futuro plantado no presente
Valorizando a garra e determinação de quem viveu
No passado com sangue, suor e lágrimas... Morreu.
A soma de todas as lágrimas perdidas no tempo
Daria para encher o deserto criado no pensamento.
Gritos no silêncio profundo da alma não foram amparados
Então... Nunca iremos chorar desacompanhados.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


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