Eu Quero Frevar
Procuro os clarins do bairro de São José
A Ponte Duarte Coelho ficou sem o Rei...
O surdo ficou mudo no Bloco do Saberé
Confete e serpentina, não encontrei.
O mundo parou e o frevo silenciou...
A reflexão ficou no lugar da diversão
O estandarte também parou...
O maior bloco do mundo foi para dispersão.
Valorizando a alegria da preservação.
Próximo ano terá outra diversão
Sem ostentação e seguindo a vida
Lembrando ainda de cada despedida.
O frevo não parou, esperamos a nova saída.
O novo mundo vai surgir com mais seriedade.
Voltaremos a contemplar o Galo da Madrugada.
Até o Homem da Meia-noite vai controlar a ansiedade
Sabendo que seu povo irá saber esperar.
A Noite dos Tambores Silenciosos não vai silenciar
Reverberando a energia em corações ancestrais
Trazendo luz aos seus descentes mais crentes
Que em momento algum serão esquecidos, jamais.
Os irreverentes do Nois Sofre, Mas Nois Goza
Relembrando a alegria de Tarcisio Pereira
Pois com a nossa energia não há que possa
Frevando vai animando a tarde até a noite inteira.
Feérico Recife Antigo...
Esse ano não estaremos contigo...
Dois mil e vinte e um ninguém vai a lugar nenhum.
Vamos brincar a folia em família...
Guardei minha fantasia...
A mascará esconde a tristeza,
Mas somos brincantes de uma folia...
Irei versejar a sombrinha do frevo.
É o que devo fazer nesse momento,
Aguardando o instante certo de voltar
Então gritar: Eu Quero Frevar...
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
Dr h.c. em Arte e Poesia
(Direitos Reservados ao Autor)
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