sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Eu Quero Frevar

 

Eu Quero Frevar

 

Procuro os clarins do bairro de São José

A Ponte Duarte Coelho ficou sem o Rei...

O surdo ficou mudo no Bloco do Saberé

Confete e serpentina, não encontrei.

 

O mundo parou e o frevo silenciou...

A reflexão ficou no lugar da diversão

O estandarte também parou...

O maior bloco do mundo foi para dispersão.

 

Valorizando a alegria da preservação.

Próximo ano terá outra diversão

Sem ostentação e seguindo a vida

Lembrando ainda de cada despedida.

 

O frevo não parou, esperamos a nova saída.

O novo mundo vai surgir com mais seriedade.

Voltaremos a contemplar o Galo da Madrugada.

Até o Homem da Meia-noite vai controlar a ansiedade

Sabendo que seu povo irá saber esperar.

A Noite dos Tambores Silenciosos não vai silenciar

Reverberando a energia em corações ancestrais

Trazendo luz aos seus descentes mais crentes

Que em momento algum serão esquecidos, jamais.

 

Os irreverentes do Nois Sofre, Mas Nois Goza

Relembrando a alegria de Tarcisio Pereira

Pois com a nossa energia não há que possa

Frevando vai animando a tarde até a noite inteira.

 

Feérico Recife Antigo...

Esse ano não estaremos contigo...

Dois mil e vinte e um ninguém vai a lugar nenhum.

Vamos brincar a folia em família...

 

Guardei minha fantasia...

A mascará esconde a tristeza,

Mas somos brincantes de uma folia...

Irei versejar a sombrinha do frevo.

É o que devo fazer nesse momento,

Aguardando o instante certo de voltar

Então gritar: Eu Quero Frevar...

 

Fernando Matos

Poeta Pernambucano

Dr h.c. em Arte e Poesia

(Direitos Reservados ao Autor)



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