Medo, Grito, Medo.
1ª Parte
Acordo assustado, um grito sufocado.
Mãos que suplicam a Divina Ajuda.
Os pés paralisados de medo, nada muda.
A carne apodrece antes que a alma padeça.
Antes que o dia desapareça, fico cego ao mundo.
A angústia da solidão reflete na surda multidão.
Posso afirmar que pavor lateja no espírito.
Desgosto social, sentimento impuro e profundo.
No caos quem tem consciência perde a essência.
Os inocentes se comunicam silenciosamente.
Aprofundam o vasto vazio, mente socialmente.
É preciso brilho no âmago da vida, a luz da existência.
Tenho medo, grito baixo para a anarquia.
O segredo de viver é renascer com valentia.
Seguir dia a dia redescobrindo caminhos.
Cuidado com os atalhos que levam aos espinhos.
2ª Parte
A essência do poeta compreende o medo.
Não é segredo que há relações entre as emoções.
Vidas para se escrever revelando medos e segredos.
Desmudar para entender a dor.
Ir ao fundo do poço, o ego do desgosto.
O mundo pode ofertar o caminho purificador?
Só a oração no silêncio exorciza esses fantasmas.
Invocar a rebeldia para sobreviver ao dia.
A escuridão nos cercam como bolhas de sabão.
Não há harmonia nas prisões da alma.
O espírito já navegou nessa nau insana.
Nenhuma alma humana é livre do sofrimento.
A loucura é a sabedoria poética dos excluídos.
No submundo da razão…
Não há luz para os desconhecidos.
Entendeu o medo?
Revelo-me à humanidade em um segredo insano.
Mergulho no espírito singular, a Esperança desse Ser Humano.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
Dr h.c. em Arte de Poesia
Dr h.c. em Comunicação Social