terça-feira, 20 de junho de 2023

Medo, Grito, Medo.

 Medo, Grito, Medo.


1ª Parte 


Acordo assustado, um grito sufocado.

Mãos que suplicam a Divina Ajuda.

Os pés paralisados de medo, nada muda.

A carne apodrece antes que a alma padeça.


Antes que o dia desapareça, fico cego ao mundo.

A angústia da solidão reflete na surda multidão.

Posso afirmar que pavor lateja no espírito.

Desgosto social, sentimento impuro e profundo.


No caos quem tem consciência perde a essência.

Os inocentes se comunicam silenciosamente.

Aprofundam o vasto vazio, mente socialmente.

É preciso brilho no âmago da vida, a luz da existência.


Tenho medo, grito baixo para a anarquia.

O segredo de viver é renascer com valentia.

Seguir dia a dia redescobrindo caminhos.

Cuidado com os atalhos que levam aos espinhos.


2ª  Parte


A essência do poeta compreende o medo.

Não é segredo que há relações entre as emoções.

Vidas para se escrever revelando medos e segredos.


Desmudar para entender a dor.

Ir ao fundo do poço, o ego do desgosto.

O mundo pode ofertar o caminho purificador?

Só a oração no silêncio  exorciza  esses fantasmas.


Invocar a rebeldia para sobreviver ao dia.

A escuridão nos cercam como bolhas de sabão.

Não há harmonia nas prisões da alma.

O espírito já navegou nessa nau insana.


Nenhuma alma humana é livre do sofrimento.

A loucura é a sabedoria poética dos excluídos.

No submundo da razão…

Não há luz para os desconhecidos.

Entendeu o medo?

Revelo-me à humanidade em um segredo insano.

Mergulho no espírito singular, a Esperança desse Ser Humano. 


Fernando Matos

Poeta Pernambucano

Dr h.c. em Arte de Poesia

Dr h.c. em Comunicação Social



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