sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Em Construção

EM CONSTRUÇÃO


Alguém consegue enxergar o Amor?
Na sua deficiência global o Homem
Através de sua dor incansável
Transfere a alegria ao calor
Imensurável da busca infinita
Do significado.


Alguém consegue sentir o cheiro do Amor?
Os feromônios são intransferíveis
Entretanto no calor de uma relação
Existe a liberação intransmissível
Ao suor das vítimas secretadas
Entre as carnes amadas.  


Esse tal de Amor só se lê em versos métricos
Uma simetria imperfeita em outras poesias.
Contos da antiguidade faziam jovens donzelas
Suspirar ao deleitar-se nos romances
De finais felizes... Pobres infelizes.


Então Amor é alucinação?
Uma Sensação mórbida produzida
Por algo inexistente no real
Existindo apenas no imaginário
De pessoas mal compreendidas.
Sentimental além do dicionário.


Delírio então é Amar?
Entusiasmo que tentamos buscar
Nas veredas solitárias
De almas perdidas da razão
Exaltação sem virtude apenas descontrole.


Poderoso alucinógeno... O Amor.
O Tempo apagou a luz da emoção,
Semente que germinou no escuro
Não conheceu contatos...
Um raio de Luz invadiu o interior
Clareou a mente vazia em construção.
Um cheiro doce foi inalado,
O orvalho da manhã tinha um sabor ímpar.
Canto de pássaros transformado em sinfonia,
O olhar nos verdes campos
Inspirou a certeza:
Para tudo isso existir é preciso unicamente Amar.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




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