EM CONSTRUÇÃO
Alguém consegue enxergar o
Amor?
Na sua deficiência global o
Homem
Através de sua dor
incansável
Transfere a alegria ao calor
Imensurável da busca
infinita
Do significado.
Alguém consegue sentir o
cheiro do Amor?
Os feromônios são intransferíveis
Entretanto no calor de uma
relação
Existe a liberação intransmissível
Ao suor das vítimas
secretadas
Entre as carnes amadas.
Esse tal de Amor só se lê em
versos métricos
Uma simetria imperfeita em
outras poesias.
Contos da antiguidade faziam
jovens donzelas
Suspirar ao deleitar-se nos
romances
De finais felizes... Pobres
infelizes.
Então Amor é alucinação?
Uma Sensação mórbida produzida
Por algo
inexistente no real
Existindo apenas
no imaginário
De pessoas
mal compreendidas.
Sentimental
além do dicionário.
Delírio
então é Amar?
Entusiasmo que
tentamos buscar
Nas veredas
solitárias
De almas
perdidas da razão
Exaltação sem
virtude apenas descontrole.
Poderoso alucinógeno...
O Amor.
O Tempo
apagou a luz da emoção,
Semente que
germinou no escuro
Não conheceu
contatos...
Um raio de
Luz invadiu o interior
Clareou a
mente vazia em construção.
Um cheiro
doce foi inalado,
O orvalho
da manhã tinha um sabor ímpar.
Canto de pássaros
transformado em sinfonia,
O olhar nos
verdes campos
Inspirou a
certeza:
Para tudo
isso existir é preciso unicamente Amar.
Fernando
Matos
Poeta
Pernambucano
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