Individualidade
As lembranças são névoas
Esqueci o contorno do teu
rosto
Nem consigo mais sentir o
cheiro
Do corpo sedento de amor.
Não me lembro dos teus olhos
carentes
De desejos e sussurrando
Ao meu ouvido, sua louca...
Que boca tarada...
Olvidei a tão sonhada.
Caminho sozinho em versos
perdidos
A razão de ter sido ferido
Em mente e coração sofrido
O corpo agradece o castigo.
Não faz mal se te enganei
Ou se fui enganado
O controle de nossos
propósitos
Foi largado em lugar escuro
Sobrando apenas o lado puro
Do nascimento...
Semente do afeto
Adubado no futuro com ódio
O ópio de nossa subdivisão.
Atolado em choros de saudade
Minha idade é maldade da
caminhada.
Até hoje quando me banho
É triste porque teu cheiro
ainda resiste
Na pele fria, no vulto
estranho.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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