domingo, 28 de julho de 2019

O Abismo de Deus


O Abismo de Deus


A rua dos esquecidos anda às escuras
Travessia complicada e vozes abafadas
Rostos na escuridão, uma história impura
O sufocante etapa oculta e maculada...

Divergências que nos remetem as profundezas
As palavras excessivamente nos separam
Nenhum gesto é visto só... Os Vazios nos apartam
Não há intimidade, princípio ou mesmo grandeza...

Existe um abismo que vai além do normal
Separando sem clemência toda a humanidade
Ignoraram a essência da sublimidade
Ao invés de subir estamos descendo um degrau.

Chegamos às trevas, ao caos e a perversidade
Há um abismo de Deus entre nós...
A inteligência artificial nos transformando
Transmutando nosso ser no próprio algoz...
A pergunta é: Haverá outra oportunidade?


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




terça-feira, 23 de julho de 2019

Alucinação e Silêncio


Alucinação e Silêncio


Outro dia caminhando pela cidade
Observei um cidadão a minha frente
Foi algo muito estranho e inesperado
Receoso... Ele parecia consternado
Era um ser íntegro e semblante curioso.


Um homem tão silencioso e calmo
O que deveria estar fazendo?
Fiquei desejoso em saber...
Usava uma indumentária bem social
Estava de posse também de sua bengala
Nada formal, contudo já havia visto aquele ritual...


Desejei tanto iniciar uma conversa amigável
Instigado por obter informações sanando
Assim a grande curiosidade, era inevitável...
Entretanto toda vez que me dirigia à pessoa
Notava certa distância entre nós...
Será que fiz algo a ele? O Silêncio ecoa...


Foi então que o obscurecimento acabou
Tudo mais nítido ficou e muito real...
Era a minha imagem de homem velho
A idade avançou e não fiquei antiquado
Maduro sim, nunca ultrapassado...
Pela minha imagem alucinógena
Fui enganado...
O Silêncio da Alma ainda me segue
Caminho olhando a vida, bem altivo
Sou da Luz e nada me obscurece...


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


terça-feira, 16 de julho de 2019

Serpente


Serpente


O renascimento ocorre em meio aos mistérios
Por muito às vezes no âmago da escuridão
Levando o Ser à evolução ou a própria destruição
A causa oculta livre do testemunho sincero...

A criação da vida teve sua prova à tentação
O inexplicável enigma que perdura na eternidade
A busca da resposta esquecida pela humanidade
Assim rasteja a serpente, fria e provocativa
Com desejo a sombra do impulso a provocação.

O medo nos afasta da estrada gerando ilusão
Criando estereótipos contra a sua imagem
Asclépio a usa no renascimento e fertilidade
Renovação e cura no símbolo da Enfermagem
Entre mitos e enganos a morte segue a dualidade
Sentidos que levam aos devaneios contra percepção.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




quarta-feira, 3 de julho de 2019

Caleidoscópio


Caleidoscópio


Nem todas as imagens estão distorcidas
Inclino o ângulo do passado sem perceber
Que o brilho já passou também sem receber
A fotografia da presença não bem definida...

Cada movimento que nunca trouxe combinação
Seguiu no percurso transitório dos devaneios
Hoje perdidos em um universo de perversos anseios
Maculando a vontade de estar em plena ação...

A gravura encontra caída em pequenos pedaços
Cristal quebrado obliquando a determinada reflexão
Alma arranhada, cruz armada, indeterminada direção
Os atos não serão uma nuvem no infinito regaço...

Procurei um lugar chamado abrigo... Encontrei perigo.
No interior do Ser improvável, ilusões sem controle
Que a herança seja a luminosidade do caleidoscópio
A mágica do amor é o verdadeiro ópio, derradeiro exílio.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano