Penitência
O poeta pecou e não foi
perdoado.
Foi julgado pela Grande
Luz...
Sentenciado a viver um
eterno adeus
Perpetuando apenas seus
escritos.
A vida do poeta era uma
seara de paz
Até que certo dia pela carne
se encantou,
Teria que escolher a
eternidade ou o amor
Uma decisão onde a dor não
passou jamais.
Caminhou pelo deserto do
pensamento
Apenas com um papel e um lápis
Semeador das palavras com
forte raiz
Uma dádiva merecida após o
julgamento.
Solidão passou a ser seu
cobertor
Dia e noite sem tempo certo
Chorar por um sorriso ou um
afeto
Seria a recompensa à sua
dor.
A lua seria o espelho para
revelações
O calor de um abraço o bônus
espiritual
Apesar da pouca duração
carnal
Sentimentos em versos uniram
corações.
Versos poéticos tornaram
melodias
Canções levaram esperança
Educaram crianças...
Versejar ao mundo é a sua
ousadia.
Cicatrizes são linhas de uma
história
Beber da vida é engolir
certas verdades
Nem toda estrada nos leva a
maldade
Aqueça o coração para
receber a Glória.
Onde há poetas existe a florescência
Com suas variedades de encantar
Coexistir entre os humanos
não é penitência
Evoluir e expandir as
diversas formas de amar
Será a expansão gloriosa de
toda uma existência.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
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