segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Penitência


Penitência


O poeta pecou e não foi perdoado.
Foi julgado pela Grande Luz...
Sentenciado a viver um eterno adeus
Perpetuando apenas seus escritos.

A vida do poeta era uma seara de paz
Até que certo dia pela carne se encantou,
Teria que escolher a eternidade ou o amor
Uma decisão onde a dor não passou jamais.
Caminhou pelo deserto do pensamento
Apenas com um papel e um lápis
Semeador das palavras com forte raiz
Uma dádiva merecida após o julgamento.
Solidão passou a ser seu cobertor
Dia e noite sem tempo certo
Chorar por um sorriso ou um afeto
Seria a recompensa à sua dor.
A lua seria o espelho para revelações
O calor de um abraço o bônus espiritual
Apesar da pouca duração carnal
Sentimentos em versos uniram corações.

Versos poéticos tornaram melodias
Canções levaram esperança
Educaram crianças...
Versejar ao mundo é a sua ousadia.

Cicatrizes são linhas de uma história
Beber da vida é engolir certas verdades
Nem toda estrada nos leva a maldade
Aqueça o coração para receber a Glória.

Onde há poetas existe a florescência
Com suas variedades de encantar
Coexistir entre os humanos não é penitência
Evoluir e expandir as diversas formas de amar
Será a expansão gloriosa de toda uma existência.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


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