terça-feira, 19 de agosto de 2025

A Esperança de Três Corações

 A Esperança de Três Corações


Ela despontou no meu chão.

Ainda procurava esperança.

Eu, navio vazio e sem direção,

Ideando um porto e confiança.

Travamos uma batalha dura.

Mas com fé, chegamos à bonança.


Passamos por várias tempestades.

Triunfamos toda aflição, com determinação.

Deus por misericórdia nos concedeu a felicidade.

Abençoando a nossa determinada união.

O amor a cada dia necessita de oração.


Somos carne, unha do nosso jeito.

Sabemos respeitar cada valor.

Com respeito tudo se completa no amor.

Compreendemos os nossos defeitos.


Então, chegou o herdeiro abençoado.

Filho tão esperado de pura verdade.

Por Deus será sempre iluminado.

Senhor do Tempo e da Vida

Deu-nos paz e serenidade.


Representamos três corações obstinados.

Cuidando um do outro como um ser sagrado.

Todo gesto de carinho nos define.

Somos seres humanos simples e afortunados.

Bate, bate coração forte e vivo.

Um amor em ação com pensamento positivo.


Fernando Matos 

Poeta Pernambucano 

Dr h.c em Arte e Poesia 

Dr h.c em Comunicação Social 




terça-feira, 12 de agosto de 2025

Sete Sombras.

 Sete Sombras


O que faz a vida valer a pena?


A morte caminha serenamente e calada.

Anda vestida lindamente como uma noite fria.

Tem em mãos toda a verdade guardada.

A vida às vezes não passa de uma grande ironia.


Ninguém vive de graça.


Delírio, ninguém escapa desse olhar ardente.

Na escuridão faz você loucamente dançar.

Pinta no vento e brinca com a nossa mente.

Temos visões difíceis de perceber e apagar.


Uma única pessoa na multidão pode fazer-te feliz.


Desejo é chama de pouca esperança.

Arde na alma como um fogo sem fim.

Cobra ferozmente toda mudança.

Quem ousa com sinceridade dizer-lhe “sim”?


O silêncio pode às vezes ser uma faca de dois gumes.


Desespero é algo encontrado no vazio.

Tem uma voz sombria que corta o coração.

Gritos e choros ecoando mundo sombrio.

Afogando a alma-perdida em total aflição.


O mundo gira secretamente.


Você pode fazer o seu próprio destino.

Na encruzilhada a procurar orientação.

Mistura bondade e malícia na interlocução.

Decide sempre o que vai acontecer.


O mundo interior pode cair com um grito.


Destruição vem sorrindo, tudo abater.

Mundo estranho cheio de encruzilhada.

Cinzas e ruídos, são presentes da madrugada.

Sobre ela nada passa em vão sem estremecer.


A vida vale mais que um segundo vivido.


Mas que pode ser um sonho?

Insista em brilhar, você é luz.

Será todos os anseios enfadonhos?

Tudo pode acontecer além da própria cruz.


Fernando Matos

Poeta Pernambucano.

Dr h.c em Arte e Poesia 

Dr h.c em Comunicação Social 

Foto: Google Imagens.



sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Da Raiva à Esperança.

 Da Raiva à Esperança. 


A raiva nasce e agora me fere.

Queima forte feito brasa de vulcão.

O vento da esperança não me alcança.

Meu barco é frágil nessa situação.

Não quero e nem desejo esse sentimento,

Quero pensamentos de inspiração.


Desejo e insisto em pensar no bem.

Espantar com toda força esse rancor.

Mas a tristeza invade a minha alma.

A calma não cobre a minha dor.

Eu sei que preciso prosseguir na luta.

Para me tornar um vencedor. 


Em noites tão duras e escuras.

Sei que o sol voltará a brilhar.

Antes que a madrugada chegue ao fim.

Algo novo e poderoso em mim vai despontar.

Suplico a Deus equilíbrio no novo dia.

Seu Poder de Luz renove meu olhar.


Meu peito apraz a harmonia universal.

Eu vou insistir e meu caminho prosseguir.

Lutar contra o mau destino.

Sou nordestino e nada vai me ferir.

Não planto semente no terreno do mal.

Sou da legião do amor que teima em florir.


Viver é sempre estar em atenção na missão.

Mesmo na sina de tempos de tristeza.

A natureza da vida nos ensina.

Em buscar a energia da fortaleza.

Lembrando que quem semeia luz e afeto

Sempre vai colher o melhor da própria natureza.


Fernando Matos 

Poeta Pernambucano 

Dr h.c em Arte e Poesia 

Dr h.c em Comunicação Social 

Foto: Google Imagens



quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Sussurros Esquecidos


Tradução do poema Forgotten Whispers (Fernando Matos)

 Sussurros esquecidos


Para aqueles que caíram em batalha,

Levantamos um grito de tristeza,

Sob um céu em chamas,

Em uma paisagem destruída.

Onde as balas silenciaram,

E os sonhos foram esquecidos.


Nos braços do abandono,

Suas vozes se perderam,

E as histórias foram apagadas

Como páginas atrozes.

Cinzas permaneceram na mente,

Em corações tão ferozes.


Na terra que antes era viva,

O tempo não corre mais,

Os fantasmas ainda caminham

Em uma dor que não pode ser expressa.

A infância se transformou em saudade

Na mais cruel das promessas.


Crianças órfãs chorando

Sem uma canção de ninar,

Sem o beijo de sua mãe,

Apenas a noite sangrando.

Elas têm o medo como amigo,

E a escuridão para viver.


Ó misericórdia infinita,

Desça agora do altar,

Sobre a infância dilacerada

Que não pudemos curar.

São sementes de tristeza

Que insistem em germinar.


Às mulheres que ainda esperam

Pela vida em meio ao terror,

Que seus ventres sejam luz,

Um abrigo acolhedor de amor.

Mesmo entre os escombros frios,

A fé brota com fervor.


Que o perdão seja a coroa

Desta gravidez ferida.

Que o amor seja um escudo

Na esperança renascida.

E que a paz tome os caminhos

Desta terra consumida.


Às mães que ficaram sozinhas,

Nos cantos da solidão,

Às irmãs e companheiras,

Nossa canção, nossa oração.

Que a guerra largue seu aço

E se transforme em compaixão.


Que os reis se ajoelhem,

E as armas sejam destruídas.

Que os tiranos sejam cinzas

E os povos se abracem.

Que a justiça se levante

E a dor seja aliviada.


Ó guerra, criatura vil,

Ladra de ternura e risos,

Você bebe da nossa dor

E empobrece nosso julgamento.

Você deixa lágrimas no chão

E vergonha no aviso.


Mas ainda há aqueles que resistem,

Aqueles que rezam à luz de velas,

Poetas que ainda escrevem,

Cantores que se revelam.

Em cada verso um protesto,

Em cada canção, uma estrela.


Para aqueles que sangraram nesta terra,

Que o amor seja uma ponte.

Que cada ferida aberta

Seja curada no amanhecer da montanha.

E que a última esperança

Seja mantida na fonte.


Para aqueles que foram silenciados

Sem voz, sem despedida,

Que os anjos tragam seus nomes

E os resgatem para a vida.

Das chamas e dos horrores,

Liberte todas as feridas.


Que as armas se tornem enxadas,

E os tronos, berços de flores.

Que os carros se tornem árvores,

E o amor caminhe livre.

Que a paz se torne uma estrada

E desfaça toda a dor.


Para todas as almas esquecidas,

Escrevemos esta canção,

Pois elas viveram seus dias, sim,

Mesmo em condições adversas.

Elas morreram com as mãos vazias,

Mas cheias de compaixão.


Sem espada, sem escudo,

Mas lutando para viver.

Que a justiça as reconheça

E as traga de volta à vida.

Que o riso supere os tambores

E o jardim cresça.


Que o ódio não nos domine,

Nem o medo nos convença.

Que aqueles que sonharam com a paz

Encontrem o amor como recompensa.

E que o céu leve embora a dor

Com sua doce presença.


Que a chuva lave os telhados

Das viúvas sem abrigo,

E que cada lágrima

Seja lembrada e sentida.

Se o mundo ousar esquecer,

A poesia clama pela vida!


Pois a caneta é mais poderosa

Do que a espada do opressor.

A memória é uma chama viva,

É a guardiã do amor.

Antes que percamos tudo,

Que o redentor brilhe.


Ó guerra, cessai a vossa marcha

Antes que seja tarde demais.

Que a honra não seja uma ferida

Nem se transforme num desafio

A missão de ser humano

Em um legado tão vazio.


Que a paz se torne o caminho

E o amor, nossa canção.

Antes que a alma se perca

Nas brasas da escuridão.

Sejamos a voz da esperança,

Humanos de coração!


Fernando Matos 

Poeta Pernambucano. 



Forgotten Whispers

 Forgotten Whispers


For those who fell in battle,

We raise a cry of sorrow,

Under a sky ablaze,

In a shattered landscape.

Where bullets silenced,

And dreams were forgotten.


In the arms of abandonment,

Their voices were lost,

And the stories were erased

Like atrocious pages.

Ashes remained in the mind,

In hearts so fierce.


In the land that was once alive,

Time no longer rushes,

The ghosts still walk

In pain that cannot be expressed.

Childhood turned into longing

In the cruelest of promises.


Orphaned children crying

Without a lullaby,

Without their mother's kiss,

Only the night bleeding.

They have fear as their friend,

And darkness to live in.


O infinite mercy,

Come down now from the altar,

Upon the torn childhood

That we could not heal.

They are seeds of sadness

That insist on germinating.


To the women who still wait

For life amid terror,

May their wombs be light,

A warm shelter of love.

Even among the cold rubble,

Faith sprouting with fervour.


May forgiveness be the crown

Of this wounded pregnancy.

May love be a shield

In reborn hope.

And may peace take the paths

Of this consumed land.


To the mothers who were left alone,

In the corners of loneliness,

To the sisters and companions,

Our song, our prayer.

May war drop its steel

And break into compassion.


May kings bend their knees,

And weapons be destroyed.

May tyrants be ashes

And peoples embrace each other.

May justice rise up

And pain be eased.


O war, vile creature,

Thief of tenderness and laughter,

You drink from our pain

And impoverish our judgement.

You leave tears on the ground

And shame in the warning.


But there are still those who resist,

Those who pray by candlelight,

Poets who still write,

Singers who reveal themselves.

In every verse a protest,

In every song, a star.


For those who bled on this earth,

May love be a bridge.

May every open wound

Be healed at the dawn of the mountain.

And may the last hope

Be kept in the fountain.


For those who were silenced

Without a voice, without a farewell,

May the angels bring their names

And rescue them to life.

From the flames and horrors,

Free every wound.


May weapons become hoes,

And thrones, cradles of flowers.

May cars become trees,

And love walk free.

May peace become a road

And undo all pain.


To every forgotten soul,

We write this song,

For they lived their days, yes,

Even in harsh conditions.

They died with empty hands,

But full of compassion.


Without sword, without shield,

But fighting to live.

May justice recognise them

And bring them back to life.

May laughter overcome the drums

And the garden grow.


May hatred not command us,

Nor fear convince us.

May those who dreamed of peace

Find love as their reward.

And may heaven take away the pain

With its sweet presence.


May the rain wash the roofs

Of widows without shelter,

And may every tear

Be remembered and felt.

If the world dares to forget,

Poetry cries out for life!


For the pen is mightier

Than the oppressor's sword.

Memory is a living flame,

It is the guardian of love.

Before we lose everything,

May the redeemer shine.


O war, cease your march

Before it is too late.

May honour not be a wound

Nor turn into a challenge

The mission of being human

Into such an empty legacy.


May peace become the path

And love, our song.

Before the soul is lost

In the embers of darkness.

Let us be the voice of hope,

Humans at heart!


Fernando Matos 

Brazilian Poet 🇧🇷 

From Pernambuco




Louvor a Nossa Senhora do Carmo, Padroeira do Recife.

 Louvor a Nossa Senhora do Carmo, Padroeira do Recife

Vou cantar com alegria,
Com verdade e com fervor,
Pra Senhora do Carmelo,
Nossa mãe, nosso amor.
Padroeira do Recife,
Protetora do lugar,
Nosso povo te celebra
Com vontade de louvar.

És a santa protetora
Desta cidade querida,
Tua luz é nossa força
No caminho dessa vida.
Quando o sol nasce bonito,
Ou a noite cai sem cor,
Te invocamos com respeito,
Nosso escudo protetor.

És patrona imaterial
Da beleza recifense,
Teu amor é tão sagrado
Quanto o céu azul que pense.
No casario e no rio,
Tua graça é refletida,
E no povo que te aclama,
Tua fé é convertida.

És advogada santa
Dos que sofrem sem ter nada,
Dos humildes, dos aflitos,
Da esperança abandonada.
Tua voz é nosso alívio,
Tua bênção é um farol,
Nos momentos mais difíceis,
És consolo e és o sol.

Guardiã das nossas noites
E manhãs abençoadas,
Tua paz nos acompanha
Pelas ruas iluminadas.
Seja noite ou seja dia,
Em silêncio ou no clamor,
Nossa alma reconhece
Tua presença de amor.

Auxiliadora do tempo,
Dos segundos e minutos,
No compasso da esperança,
Tua fé nos dá os frutos.
Cada hora que se passa
É um sopro do teu véu,
Teu cuidado nos envolve
Como os anjos lá do céu.

És madrinha tão querida,
Nosso porto, nossa flor,
Nosso peito se aquece
Com teu manto protetor.
Te louvamos com verdade,
Com amor no coração,
E te damos o louvor
Com sincera devoção.

Ó Senhora do Carmelo,
És a luz do nosso chão,
Teu sorriso nos conforta,
Tua fé é oração.
No Recife tu caminhas,
Como estrela a reluzir,
E no peito do teu povo
Fazes sempre o bem surgir.

Salve a mãe do povo inteiro,
Rainha da nossa história,
Em teu nome há mil vitórias,
Mil sinais da tua glória.
Padroeira do Recife,
Seja sempre nossa guia,
Nossa Santa do Carmelo,
Nossa eterna companhia.


Fernando Matos 

Poeta Pernambucano. 




quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Recife, Linda Cidade Fantasma.

 Recife, Linda Cidade Fantasma.


Recife, linda cidade-fantasma, contigo morremos.

Hoje tu tens as ruas mais tristes e silenciosas.

Onde antes teve festa em cada esquina,

Hoje não há mais, só portas fechadas e mudas.

Não se vê mais alegria, estamos em luto.

Só lembranças nas fotografias amareladas.


A Cidade que tanto já brilhou.

Hoje só restou a agonia.

Da alegria do São João,

Dos carnavais e seu colorido.

Hoje o coração está doído noite e dia.

Esquecidos e sem rumo, assim nos sentimos.

Estamos perdendo a beleza da poesia.


A segurança, essa sumiu totalmente

O medo da gente anda pelas calçadas.

Onde o povo circulava constantemente.

Hoje há vidas vazias, perdidas e isoladas.

Sem teto, sem cuidado, sem estrutura.

A mais pura solidão de almas amaldiçoadas.


As praças ainda teimam em guardar segredos.

Do medo e da dor que todo governante espalhou.

Não uma só paisagem que não seja suja.

Ninguém aguenta tanto fedor de coco.


Queremos ver quando será revitalizado nosso Recife?

A luz da maldade tomou conta do lugar onde nascemos.

Nossos filhos estão crescendo, tragam de volta o bom tempo

Da alegria de caminhar feliz e com dignidade.

O Recife necessita urgentemente ser renovado.

E por seu povo novamente ser aclamada


Queremos sonhar em ir às compras feliz e contente.

Caminhar onde nascemos com paz e segurança

Como era antigamente, com sorriso e esperança

Hoje vemos uma cidade que fede,

Mas já foi uma doce criança e pode voltar a ser, basta querer.


Mesmo nos sentindo abandonados,

O nosso amor por Recife não se desfaz. Jamais.

Quero te ver brilhando novamente.

Com todo o seu encanto e sua paz.

Recife, minha poesia dos versos e sonhos.

Não vai morrer jamais!


Estamos erguendo as nossas vozes.

Que cada um faça sua manifestação.

Para que essa cidade possa ouvir.

O coração recifense bate fortemente.

A nossa menina Recife, agora e sempre.

Vamos te renovar em poesia e em canção.


Esse chão que nos criou,

Não apagou a força de lutar por você.

Quem nela já morou, guarda saudade.

Recife pede socorro a toda sociedade.

O povo te ama de verdade, pode crer.


Com muito carinho, amor e ternura,

Receba este protesto em forma de poesia.

Para que um dia todos possam lembrar.

Que não basta chorar por Recife, é preciso lutar.

Por uma cidade mais linda e segura.


A alma do povo recifense é quente.

Sua luz é uma labareda de paixão.

Que a cidade cresça e faça sua gente feliz.

Que cada coração seja uma estrela que reluz.

Recife, nossa alma, és a nossa esperança.

O futuro dos nossos filhos tu irás conduzir.


Fernando Matos 

Poeta Pernambucano 

Dr h.c em Arte e Poesia 

Dr h.c em Comunicação Social 

Foto: Google Imagens