sexta-feira, 7 de março de 2014

O ÚLTIMO CARNAVAL - Poesia de Fernando Matos

O ÚLTIMO CARNAVAL 

Lembranças invadem 
Sem pedir licença 
Recordações coloridas 
Vão e vem em cores fortes 
E em outras partidas. 

Aquela fantasia multicor 
Hoje causa dor na saudade 
Fotográfica em álbum de borrões 
Pergunto onde ficou o brilho 
Folião? 

As mãos estendidas ao alto 
Exaltava Dionísio em sua 
Fertilidade primitiva.
Agora a idade regula a 
Forma criativa não perjurando 
O conteúdo da animação. 

O tempo muda e as canções 
Não passam de meras 
Recordações antológicas 
As pernas jovens não conseguem 
Saltar suas coreografias.
As tradições carnavalescas 
Terminam na ressaca moral 
Do despertar pagão. 

Guardo o sorriso como bússola 
Que me guiará aos confetes e 
Serpentinas... Marcha Palhaço 
Seguindo o coração pulsante da 
Sua colombina. 

Fernando Matos
Poeta Pernambucano




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