domingo, 23 de outubro de 2016

Beijo na Boca

Beijo na Boca


Ah se eu tivesse a sorte
Encontra-la e olho a olho
Beijar ardentemente a morte.
O que parece loucura
É na verdade um passaporte
A procura de todo o mistério.


O ato insensato é apenas
Mais um ato planejado
Nas coxias escuras do palco
Improvisado.
Seria prudente seguir a estrada
Sempre à frente sem olhar para trás.
Todavia o que nos apraz
É a sensação doidivana
A fome voraz do predestinado
Angustiado com o fechar das cortinas.


Quando a água fria
Vem do vulcão mais próximo
Do coração, uma lágrima
De pedra desliza suave
A dor no rosto sombrio.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Fernando Matos

FERNANDO MATOS


A memória já fraca
Infância esquecida
Imagem de criança
Apenas na fotografia.
Mas trago na lembrança
Guardada no peito
Palavras de força e perseverança
Dos meus pais
Desejando sempre um pleito
Melhor ao seu rebento
São essas palavras que no peito
Cheio de emoção
Tenho a minha mãe por Gratidão
Um pai que foi um excelente sujeito
A minha Vida, às vezes sofrida,
Entretanto nunca esquecida
Nos corações amados.


Sou do Recife, minha Cidade.
Hoje a idade faz-me lembrar
As ruas de paralelepípedo
Ônibus elétrico pelas ruas a passar.
Cresci junto com o município.
Faço parte da Estrela surgida
Através de luta representando
A nossa República.
Aqui ainda estou e amando
Muito mais a terra prometida.
"Virtus et Fides"
Ideais que tanto almejamos
Seguindo a luta de Pé
Com garra, Força e Fé.
Tenho como título “Leão do Norte”
Que nas batalhas dos antepassados
O Braço Forte da coragem
Trouxe ao Futuro novas imagens.
No peito trago a Cruz
Religiosidade herdada
Para garantir a presença amada
Do Divino Pai Celestial.
No corpo o calor do Sol
Transmitindo sua energia
A esse Homem que já foi menino
Um dia...
Responsabilidade que carrego
Com alegria de repassar
Ao filho amado toda essa biografia
Carregada em versos ainda a revelar...
Amo-Te Recife, Cidade da Nostalgia.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano










domingo, 16 de outubro de 2016

Esperança

ESPERANÇA


Dizem que o nascimento
Veio muito além da escuridão
Sua face nunca foi vista
Porém muito desejada então.


Adorada por seu Criador
Ninguém sabe ao certo
Os mortais a buscam até na dor.


Esperança é a filha
Caçula de Deus.
Para sua segurança
Foi deixada em uma ilha
No meio do mundo.
Guerreiros que se lançam
A aventura perdida de encontrar
Volta de mãos vazias
Se o coração puro não desabrochar.


Esperança é a Vida
Que sobreviveu a Morte
Além da linha do tempo.
Quem na jornada teve sorte
Encontrou-a em pensamento.


Se a Esperança existe
Que ela se chame bom dia.
Vá à busca, persiste.
Cantadores e Poetas em rimas
De amor e alegria já a encontrou
Entretanto o verdadeiro rosto,
Nunca mostrou.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano









quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Atemporal

Atemporal



Tempestade de palavras
Raios e trovões encobrem
Gritos de pavor das almas
Tristes corações perdidos
No assolear da palavra, Amém.


Foi em sonho observado
Um Templo vazio
Sem imagens, sem cadeiras.
Apenas um lugar iluminado
O único frio vinha do meu interior
Com dúvidas que permeiam
O limiar da dor do espírito aprisionado.


Aconchegado pela Energia
Perdi-me no tempo
Sem saber se era noite ou dia.
Tentei abrir uma das janelas
Ouvi gritos de dor e gemido
Som plangente, algia lancinante.
Profecia em ascensão
Medo não sentia, estava protegido.


Atemporal ficou minha oração
Certa voz ao longe enunciava
A missão do jovem guerreiro.
O sonho acabou, fiz um pronunciamento.
Estamos presos no tempo
Entretanto, ninguém quer a liberdade.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano







sábado, 1 de outubro de 2016

Condolência

CONDOLÊNCIA


Ela chega ainda como a chama
Que a vida promete e determina
São vozes que clamam perdão
Ao adulto, ao menino e a menina.


É vida enquanto sofrimento
Passagem para outro universo
Encanto que vem das vozes
Em pensamento inverso
Do desejo carnal...
A Luz existe porque,
A Escuridão tem o consolo do mal.


Dor que segue em seu gozo
Atormenta noite, o dia,
Alguns praguejam a existência
Outros a contemplam com poesia.


Algia que alimenta o espírito
Fortalecendo a caminhada
Brado o fogo prescrito
Condolência a alma tocada.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano