Beijo na Boca
Ah se eu tivesse a sorte
Encontra-la e olho a olho
Beijar ardentemente a morte.
O que parece loucura
É na verdade um passaporte
A procura de todo o
mistério.
O ato insensato é apenas
Mais um ato
planejado
Nas coxias
escuras do palco
Improvisado.
Seria prudente
seguir a estrada
Sempre à
frente sem olhar para trás.
Todavia o
que nos apraz
É a
sensação doidivana
A fome
voraz do predestinado
Angustiado com
o fechar das cortinas.
Quando a
água fria
Vem do
vulcão mais próximo
Do coração,
uma lágrima
De pedra
desliza suave
A dor no
rosto sombrio.
Fernando
Matos
Poeta
Pernambucano