Medo, Grito, Medo.
Medo de Viver com Medo
Acordo assustado, um grito sufocado.
Mãos que suplicam a Divina ajuda.
Os pés paralisados de medo: nada muda.
A carne apodrece antes que a alma padeça.
Antes que o dia desapareça, fico cego ao mundo.
A angústia da solidão reflete na multidão surda.
Posso afirmar que o pavor lateja no espírito.
Desgosto social, sentimento impuro e profundo.
No caos, quem tem consciência perde a essência.
Os inocentes se comunicam silenciosamente.
Aprofundam o vasto vazio da mente, socialmente.
É preciso brilhar no âmago da vida, a luz da existência.
Tenho medo, grito baixo para a anarquia.
O segredo de viver é renascer com valentia.
Seguir dia a dia, redescobrindo caminhos.
Cuidado com os atalhos que levam aos espinhos.
A essência do poeta compreende o medo.
Não é segredo que há relações entre as emoções.
Vidas para se escrever, revelando segredos.
Desmudar para entender a dor.
Ir ao fundo do poço, o ego do desgosto.
O mundo pode ofertar o caminho purificador.
Invocar a rebeldia para sobreviver ao dia.
A escuridão nos cerca como bolhas de sabão.
Não há harmonia nas prisões da alma.
Nenhuma alma humana é livre do sofrimento.
A loucura é a sabedoria poética dos excluídos.
No submundo da razão…
Não há luz para os desconhecidos.
O poeta revelou à humanidade o segredo insano.
Mergulho no espírito singular do Ser Humano.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano
Dr. h.c. em Arte de Poesia
Dr. h.c. em Comunicação Social


