segunda-feira, 27 de maio de 2019

Calvário


Calvário


Em cada olhar uma arma carregada
Nos corações minas sensíveis ao toque
A alma impura de dor e sobrecarregada
Nas mãos a marca social de um terrível choque.

O sino anuncia a partida de mais um inocente
Cada novo contato humano é muito ligeiro
Não esperamos boas notícias pelo carteiro
Estamos perdendo o direito de salvar gente...

A névoa do passado tão presente e esconde
A tristeza no amanhecer, revelada na madrugada.
A agilidade do pensar tem um link de pesar
A despedida fica mais longe depois dos montes.

O longo sofrimento não acaba no perdão
Reparar a cruz para um novo calvário
Única cova com diversos gritos comunitários
As lágrimas é um sistema de autoavaliação.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


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