Pelas que Ruas que Vou
É ali onde às pessoas
conversam
Na folia aberta do largo
varadouro
Blocos e troças o
ancoradouro
De olhares que se encontram.
Sorrisos ingênuos se encantam
Subindo a quinze de novembro
O sorriso lindo... Ainda me lembro
Brilhos de Pierrot e
colombina extasiam.
Na Rua de São Bento o frevo
cresce
Mercado da Ribeira a
história se refaz
Folião de coração mostra o
que é capaz
Nos Quatro Cantos o fogo
logo aquece.
Subindo a Ladeira da
Misericórdia
Resistência da menina e do
rapaz
Mostrando a sua alegria e
todo o gás
A folia não tem lugar para
discórdia.
Tudo agora é um só bloco em
canção
Descendo a Rua do Bonfim
A geometria do carnaval não
tem fim
Que se entrega à folia da
criação.
Pernambucano é com certeza
assim
Um brincante sem moderação
Olinda onde tudo é invenção
Despeço-me num adeus sem
fim.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano