sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Transparente

Transparente



Hoje não fui capaz de descortinar
Minha imagem no imenso universo
A luz interior não evoluiu ao atravessar
Deixando-me ausente de vida e sem reflexo.

Não houve permissão óptica da nitidez
A imagem estava opaca na tela
Da existência confundindo minha lucidez
Seguindo ausente no barco sem vela.

Instintos completamente diáfanos
Amargurado coloquei a mão no peito
Foi o único jeito de sentir o coração
Uma lágrima desfilou pelo rosto
Caindo em despedida no buraco ao chão.
A terra absorveu o enorme lamento
Fez ao Ser errante um forte juramento.
Que o fogo que arde na sua existência
Tenha complacência do vosso plangor
Respire o ar que seu corpo eflui
Assim conclui que acima de mim o Poder
Manifesta-se como meu embaixador...
A luz do sol que no poente se perde
Emerge a minha energia que sempre
Guia-me... Não estou mais transparente.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano

Nenhum comentário:

Postar um comentário